terça-feira, 17 de julho de 2012

Trança nos cabelos

Era uma sexta-feira, aparentemente como outra qualquer. Acostumada com a rotina, não mais esperava belas surpresas para o começo daquela noite. Despretensiosamente, trancei meus cabelos e vesti um sorriso corriqueiro. Mesmo com toda minha imaginação fértil, não esperava encontrar alguém naquele findar de dia. Muito menos, encontrar O alguém, encontrar você. Foi quando o acaso preencheu meus olhos e eles te fitaram. Naquele momento, desejei que meus olhos pudessem tirar fotos. Hoje vejo que esse artificio nem seria necessário, porque minha memória dificilmente abandonará a primeira imagem que tive sua. Basta fechar os olhos que me lembro num instante. Você estava de costas. Camisa preta. Calça jeans folgada (deixando à mostra um pedaço de sua cueca branca), pulseira com as cores do reggae, alargador na orelha. E claro, o detalhe mais importante, o que mais me chamou atenção, seus cabelos encaracolados e pretos. Eu te notei em meio tantos outros e desde então, não esqueci. Não acabou ali. Não ficou por isso mesmo, como eu e meu pessimismo achávamos. A noite rodou e nos pôs lado-a-lado. Foi tão natural que nem sei dizer como foi. Ninguém precisou puxar conversa. Parecia que as palavras saiam como se já tivéssemos conversado em outra vida. Precisei repetir meu nome algumas vezes para você decorar.
 "Eu tenho problemas com nomes. Não só de pessoas, de tudo" , você se justificava. Eu só ria. Mas engraçado mesmo foi nosso primeiro beijo. Talvez você nem lembre. Só sei que depois dele, as conversas ficaram melhores ainda. Os risos mais soltos. Aliás, todos seus carinhos são peculiares. Tão únicos e belos! Ainda não sei  bem o que é isso. Só sei que foi e é bom.

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