segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Solidão coletiva

   Como de costume, o metrô estava um nível acima da superlotação. O meu relógio apontava dezoito horas e quinze minutos. Horário de verão, sol ainda exposto. Expressões cansadas na estação, entediadas, ansiosas para encerrar a saga diária e simplesmente chegar em casa e mudar de problemas. Sorrisos? escassos. A exaustidão do dia, elimina toda possível cortesia e até mesmo educação. Raros são os pedidos de desculpa pós um acidental pisão no pé ou até mesmo o com licença antes de cada esbarrão.
Cada um carregando um turbilhão de estórias, ou até mesmo simples acontecimentos cotidianos. Momentos não compartilhados tornando as mentes cada vez mais tendenciosas ao estresse. Lado a lado,cada um com seu pensamento reprimido. Solidão coletiva. Uns com livros,mas a maioria internalizado em seus fones de ouvido. A única comunicação bem sucedida é a voz que indica a estação. Batalho pra conseguir estar perto da porta na hora descer e ir solitariamente pra casa,enquanto todos vão solitariamente para as suas.
A estação terminal chegou: "Pela sua atenção,obrigada!" ouço. Ironia ou não, a única expressão educada vem de uma voz automática.

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